BLOG DA PROFESSORA MÁRCIA GREFF

"A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo."
Nelson Mandela

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Comentário sobre o filme "entre os muros da escola"

Fiz uma descrição sobre a cena do filme que achei mais interessante.
A cena escolhida foi à cena onde o professor pede para os alunos escreverem um auto-retrato. Nesse momento o professor dá oportunidade para os alunos serem autores de um texto sobre sua vida, falando sobre sua própria identidade. Ele quer que os alunos lhe revelem coisas que não sabe sobre eles, que exprimam sentimentos e sensações que o possibilite conhecer melhor seu aluno. A autoria do texto sobre a identidade, os gostos, as angustias e os medos, ajudam os alunos a desenvolverem à escrita e principalmente revelarem seus sentimentos e pensamentos mais profundos, ao mesmo tempo em que dá ao professor a oportunidade de conhecer melhores seus alunos e poder ajudá-los também.
Antes, porém de pedir que os alunos façam esse auto-retrato, o professor oportuniza a leitura. Como a intenção do professor, era conhecer melhor os alunos, os sentimentos, os conflitos, o livro sugerido foi uma boa escolha, pois, os alunos puderam ler e refletir sobre a vida de outra pessoa, para depois escreverem sobre suas próprias vidas. Além disso, muitos alunos eram de famílias de imigrantes, assim como a personagem da história Anne Franck. Existia uma diversidade de etnias na sala de aula, por isso também, acredito eu, era mais difícil entender os alunos e devido a essa diversidade étnica, existia muita discriminação entre os próprios alunos da classe. Por isso, o professor tenha escolhido essa atividade, como uma forma de conhecer um pouco mais de cada aluno e amenizar essas discriminações através do debate.
A convivência entre alunos e professores nem sempre é fácil, e nessa cena essa convivência conturbada fica evidente. Os alunos tentam criar conflitos com o professor, quando não querem aceitar o trabalho proposto e ficam argumentando que o mesmo é muito difícil de fazer. Porém, toda essa discussão vai dar oportunidade aos alunos de falarem sobre muitas coisas que normalmente não falariam.
Nesse momento, a filosofia se faz presente nessa aula, pois o professor debate com os alunos, oportuniza a discussão. Percebi que muitos conceitos, ou melhor, preconceitos aparecem nas falas dos alunos. Por algum motivo, eles não julgam suas vidas importantes e as comparam com outras pessoas. O professor debate com os alunos, conversa com eles e descobre que os próprios adolescentes se menosprezam e não se valorizam.
Nessa cena acontece uma série de conversas, os alunos vão falando sobre algumas experiências e situações vivenciadas por eles. Essa convivência diária dos alunos, apesar de ser às vezes tumultuada, favorece essas conversas mais espontâneas onde os alunos conseguem falar mais até sobre si mesmo. E essa atividade proposta pelo professor foi fundamental para essas conversas, pois para muitas pessoas, principalmente adolescentes é difícil falar sobre coisas tão intimas.
Na sala de aula existe bastante diversidade, as diferentes etnias e as diferenças culturais estão bem presentes e claras na cena e em todo o filme.
A turma é formada por alunos na sua maioria imigrantes, de diferentes países, por isso são de diferentes etnias e possuem diferentes pontos de vista e diferentes princípios morais. Essas diferenças contribuem para os conflitos que surgem na turma.
A psicologia trabalha sempre com a fala, com a conversa, com a expressão dos sentimentos. Quando os alunos precisam escrever sobre si mesmo, falar sobre medos, conflitos e coisas íntimas, a psicologia está agindo e ajudando esses alunos, através de expressão de seus sentimentos. A adolescência é um período da vida complicado, por isso é importante que o professor conheça mais sobre o modo de pensar do aluno, para que possa ajudá-lo a passar por essa fase difícil, pois às vezes a família não compreende essa fase de rebeldia e de conflitos para o indivíduo.

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